Catálogos

Alexandre Reibaldi, Amanda

Aproveitando o gancho das publicações dessa semana sobre catálogos e também sobre o catálogo que fizemos na CTRL+D para L’Occitane, decidi sentar para conversar com o João, um de nossos DAs, sobre esse assunto.

A gente sempre disse que um catálogo nunca é “só“ um catálogo e, com a pandemia, isso ficou ainda mais claro. Os catálogos, principalmente digitais, ganharam uma importância ainda maior nesse ano. Muitos sites, como o Mercado Livre, cumprem essa função, mas em um MarketPlace é cada um por si e a concorrência para todos.

Existem incontáveis tipos, o que faz sentido, já que cada cliente é único e precisa de uma forma de apresentar seus produtos e serviços também de forma única. É preciso informar e encantar a cada página, é como chamar alguém para uma valsa visual, onde temos o prazer de conduzir a dança.

O primeiro passo de tudo (pelo menos para nós, a galera dos design) são as fotos bonitonas e com boa qualidade. Elas fazem a diferença na hora do processo criativo e, querendo ou não, é o que faz os olhinhos brilharem. Nesse ponto, acompanhar uma sessão de fotos é uma mão na roda, já que isso nos faz imaginar aquela foto específica na página e nossos Divertidamentes já começam a colocar informações e elementos que queremos, antes mesmo de abrir o arquivo no computador. Costumo dizer que fazer um layout é como fazer um bolo, e os ingredientes são importantíssimos, segue a receitinha: 2 xícaras de fotos, uma porção de ilustração, uma pitada de bom gosto, acompanhada de uma cobertura de texto claro e intuitivo. Detalhe: se um desses ingredientes estiver passado, pode desandar todo o trabalho do confeiteiro.

Os catálogos podem ser coloridos, divertidos, mais sérios ou “quadrados“, podem ser totalmente imagéticos ou mais informativos, com o produto aplicado em seu contexto – o que rola bastante no mundo da moda – ou com informações completas sobre o que está sendo mostrado, como plantas técnicas e até mesmo voltado para artes, sobre exposições, por exemplo.

O ponto principal, no processo criativo, é a arquitetura da informação, ou seja, como distribuiremos o peso das coisas, a harmonização das páginas (onde também levamos em conta a tipografia) e qual a hierarquia que devemos seguir.

O que faz com que algumas perguntas brotem em nossas cabeças, como: “o que é mais relevante?“, “em quais casos o preço é secundário?“, “que importância daremos para cada tópico?“ e muuuitas outras mais.

O color code é outro ponto que aparece nessas horas, já que as cores te ajudam a organizar essas informações com fluidez e servem como ferramenta visual para segmentar seções. Pegando o exemplo do catálogo que fizemos para L’Occitane, o color code nos ajudou a separar as fragrâncias de uma forma leve, quem folheia o catálogo entende que mudamos o tema só olhando as cores, em conjunto com a diagramação e os elementos.

Esses fatores também indicam a ordem de leitura das informações, já que nossos olhos estão “treinados“ para começar a leitura no topo esquerdo da página e navegam até o fim da direita.

Uma forma diferenciada de vender os produtos é com o iPaper (disponível em ipaper.io), com essa plataforma, você cria um “carrinho de compras” diretamente de um catálogo digital e, para finalizar a compra, o consumidor é redirecionado imediatamente para uma conversa no WhatsApp. O mais interessante desse conceito é que ele não elimina o poder do e-commerce, é como se eles caminhassem lado a lado.

Depois dessa conversa superinteressante, não pude deixar de escrever sobre o assunto, porque, às vezes, a gente acaba não dando a devida importância ao catálogo e, afinal, ele vai muito além de “só” um catálogo.