Será mesmo que as redes sociais estão acabando?

Amanda, Alexandre Reibaldi

O começo do fim

Você já se perguntou se o fim das redes sociais está realmente chegando?

Acredito que todos já estamos cansados de ouvir, mas, para começar, é preciso ressaltar: as redes sociais são uma forma excelente de promover marcas, produtos e serviços atualmente.

Além disso, principalmente no começo, elas serviam para conectar amigos e familiares, inclusive os mais distantes, e um jeito fácil e rápido de acompanhar a vida das pessoas que queremos. Foram essas redes também as responsáveis por compartilhar notícias do mundo todo em segundos.

Com esse abarrotamento de informações, é normal que parte desse público já tenha se cansado de redes sociais e prefere seguir um outro estilo de vida. Eu mesmo sou uma dessas pessoas e não tenho um perfil na maioria das redes sociais. Alguns podem me chamar de velho, eu prefiro dizer que sou low profile.

A revolução do TikTok

Seus criadores não consideram o TikTok uma rede social, mas sim uma plataforma de vídeos curtos. O que, por um lado, faz todo sentido, afinal redes sociais são espaços para conexões de pessoas, interações e trocas de ideias.

Mas esse conceito não impediu que essa plataforma tivesse um crescimento maior que o do Instagram, Twitter e Facebook durante a pandemia. Enquanto o YouTube foi o mais acessado no primeiro ano, o TikTok cresceu (e muito) a partir do segundo.

O senhor algoritmo

Isso aconteceu por conta de um algoritmo impecável ao lado de uma infinidade de conteúdos e trends. Um aplicativo como o TikTok é capaz de gerar uma descarga de dopamina.

Por um lado, o algoritmo é tão bem estruturado que entrega ao usuário vídeos tidos como interessantes e, por outro, a pessoa não sabe qual vídeo virá a seguir.

No TikTok, cada mergulho é um flash, o que faz com que o tempo de tela seja cada vez maior (e mais valioso para anunciantes).

A era da recomendação

Aparentemente, uma nova era está chegando, a das recomendações. E não há rede social no mundo que consiga bater de frente – ainda. Essa nova distribuição de mídia ficou ainda mais visível quando o Instagram, por exemplo, tenta se aproximar da “rede vizinha”.

Essas plataformas, que um dia nos proporcionaram ver momentos selecionados da vida de nossos conhecidos e pouquíssimo conteúdo em si, hoje vêm se transformando para virar quase um estilo de TV aberta, em que todos podem ser criadores de conteúdo e não publicar só para um grupo de amigos, não mais.

É um modelo interessante para quem gosta de receber recomendações e saber o que está acontecendo no mundo todo.

A meta não atingida da Meta

Essas mudanças no Instagram fazem parte da estratégia de negócios do nosso grande amigo Mark. A Meta, dona do aplicativo, percebeu que o modelo de vídeos curtos do TikTok vinha fazendo sucesso e captando mais atenção dos usuários do que um feed com fotos de amigos.

Como o tempo de tela significa mais exposição de anunciantes, pareceu uma boa ideia seguir por esse caminho.

O lançamento do Reels, em 2020, fez com que o Instagram inclusive atualizasse para uma versão em que os vídeos apareciam antes de carrosséis e imagens estáticas no feed.

Depois de muitas críticas, inclusive das irmãs Kardashians, o melhor foi voltar atrás.

De acordo com uma pesquisa divulgada pelo The Wall Street Journal, os usuários do Instagram gastam menos de 17,6 milhões de horas por dia no Reels, enquanto quem fica no TikTok gasta cerca de 197,8 milhões de horas.

Outra questão é que, segundo o jornal, de 11 milhões de criadores do Instagram nos EUA, só 2,3 milhões usam o Reels todo mês. Sem contar que um terço desse conteúdo é, na verdade, criado no TikTok e apenas repostado.

Fonte: Propmark

A possível queda do Twitter

Pouco tempo depois de comprar o Twitter, no começo desse mês, Elon Musk demitiu aproximadamente 50% dos funcionários. Após esse desligamento, Musk também começou a cobrar 8 dólares (40 reais) pela verificação de identidade, um passo para a capitalização da rede social.

Essas mudanças já estão causando estranhamento e até mesmo um desconforto aos usuários, que começaram a falar sobre sair da rede (em tweets, rs).

O poder dos influenciadores

Eu sei que já mencionei as irmãs Kardashian aqui, mas elas são um ótimo exemplo do poder dos influenciadores nas redes. Se engana quem acredita que suas ações influenciam só os usuários a comprarem um produto, por exemplo.

Afinal, suas opiniões fizeram até com que o Zuckerberg voltasse atrás com o feed do Instagram. E essa não foi a primeira vez que elas estiveram envolvidas em algo assim.

Em 2018, Kylie Jenner fez o seguinte tweet em sua conta:

“Então mais alguém parou de abrir o Snapchat? Ou sou apenas eu? Isto é tão triste”. “Ainda amo o Snap… meu primeiro amor”.

Ao “decretar” o fim do Snapchat, a empresa teve um prejuízo de R$4 bilhões. Com apenas um tweet da influenciadora, as ações da Snap Inc. tiveram uma queda de 6% na época.

Então sim, se você quer se manter sempre atualizado na rede social que está bombando no momento, acompanhe os influenciadores.

E o futuro, como fica?

Existem vários indicadores que estão nos mostrando que, em um futuro bem próximo, as coisas não vão ficar do jeito que estão nas redes sociais. O melhor a se fazer é considerar caminhos alternativos desde já.

É muito provável que as redes sociais não acabem, mas sim que o público migre para outras cada vez mais nichadas. Ou quem sabe apareça outra por aí com o grande poder de se tornar a mais popular do mundo, assim como um dia foi o Orkut.

Uma grande aposta é ficar de olho nas gerações Z e Alfa (a galerinha que nasceu depois de 1997). Eles são early adopters, e responsáveis por ditar se uma rede vai vingar ou não.

E muitas empresas já estão de olho nesse pessoal, seja por já representarem seus consumidores ou serão em pouco tempo.

Eu não tenho certeza de muitas coisas nessa vida, mas se me permitem dar um palpite (e aposto muitas fichas nele), é que as comunidades, redes e aplicativos mais nichados é que vão dominar a comunicação daqui pra frente.

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